sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Conceito de Impulso e Incentivo na Concepção de Motivação de Clark L. Hull

Em 1918 Woodworth definiu o conceito de impulso como uma força interna que motiva o comportamento. O modelo de Hull foi baseado na concepção de impulso aprendido ou inato que então motiva automaticamente o comportamento. Biologicamente temos privações inatas como alimentos, um déficit deste tipo ameaça a sobrevivência do organismo e o impulsiona a fazer um ajustamento para restabelecer um estado de normalidade do sistema biológico. Ou seja, o individuo e motivado a reduzir o déficit dessa privação reestabelecendo então seu equilíbrio.
Além de privação de alimentos, ruídos ambientais também podem ser fontes inatas de impulsos. Mesmo eles não representando ameaça, podem ser aversivo. Assim, impulso pode ser induzido por circunstâncias intensas, que são aversivas embora não representem uma ameaça à vida.
E ainda além de fontes inatas de impulsos, Hull disse que ruídos ambientais podem ser comparáveis com condicionamento clássico. De acordo com que Hull disse podemos ver então que pistas ambientais associadas com condições antecedentes que produzem um estado de impulso inato adquirem a capacidade de induzir elas próprias o estado de impulso. Sendo assim, estas pistas causam uma ativação interna, motivando o comportamento sem a presença de estímulos inatos de impulso.
Quando o individuo e estimulado por fontes inatas ou aprendidas ele e motivado a reduzir o impulso. Segundo Hull a redução do impulso e recompensadora e tendem a ficar associado ao estado que o individuo estava. Hull disse que a força do Hábito e permanente e não pode ser diminuída apenas aumentada, o fracasso do hábito em reduzir o impulso resulta num estado permanente chamado inibição condicionada. A inibição condicionada é específica ao hábito mal sucedido e serve para se contrapor à sua força excitatória. Se este comportamento for bem sucedido em reduzir o estado de impulso, sua força de hábito é potenciada sendo então eliciado da próxima vez em que o organismo estiver motivado.
Hull diz que quanto maior e melhor a recompensa maior a redução do impulso, e então isso faz com que o habito fique mais forte e maior. Crespi entre outros desafiaram esta suposição que constatou que mudanças na magnitude da recompensa produzem uma rápida mudança no desempenho de ratos numa pista para obter alimento, rápidas demais para ser explicadas por alterações na força de hábito.
O aumento ou a diminuição de velocidade devido ao aumento da recompensa indicaram que as mudanças no comportamento foram devido às mudanças na motivação e não divido a força de habito como Hull dizia. Então através destes resultados obtidos Hull alterou seu modelo incluindo o conceito de motivação de incentivo, baseado na magnitude da recompensa.
Apesar de haver muitas diferenças entre as formações de Hull e Freud, existem muitas semelhanças nas conclusões de seus estudos sobre comportamento motivado.
Ambos eram deterministas. Assumiam que os comportamentos tinham causas e que as causas podiam ser determinadas. Os dois acreditavam que leis fisiológicas e psicológicas eram complementares. Ambos consideravam que a meta básica do comportamento era a manutenção de um estado de equilíbrio interno. Os dois acreditavam no princípio do hedonismo, isto é, que o comportamento é guiado pela obtenção do prazer e evitação da dor. Hull era muito influenciado por Thorndike e achava que o reforçamento fornecia a base necessário para o estabelecimento de conexões estímulo-resposta. Ambos eram influenciados por Darwin e buscavam o significado funcional das ações.

 No entanto, definitivamente Hull não propõe a dominância especial de qualquer impulso, como sexo, sobre outros impulsos, como Freud.

Saúde Mental no Contexto do Sistema Suplementar de Assistência à Saúde: avanços e desafio


O estudo fala das politicas de saúde mental que foram feitas pela agencia nacional de saúde suplementar/ ANS, dentro da assistência que foi dispensada pelos planos que eram privados da assistência a saúde.  Com a consolidação da reforma psiquiátrica no Brasil, o SUS Sistema Único de Saúde foi palco de uma grande transformação no que diz respeito a saúde mental. Essas mudanças buscam garantir ao usuário do sistema a recuperação e a manutenção de sua saúde por meio de sua reintegração à convivência social, respeitando os seus direitos como cidadãos.
O serviço de saúde mental no Brasil pode ser gratuito quando o estado se encarrega de pagar, e também privados quando a própria pessoa se encarrega de pagar o tratamento.  Ou quando financiados por operadoras de planos de saúde, o que se denomina de sistema suplementar de saúde. No sistema de saúde que e pago pelas operadoras de planos, as pessoas pagam uma mensalidade estabelecida através de contrato, que fica então responsável pela assistência quando necessária. No sistema operado pelos planos de saúde, o tratamento dado à saúde mental é recente. A preocupação com essa área começou a surgir em meados de 1998, com a publicação da Resolução do Conselho de Saúde Suplementa/ CONSU.
O sistema suplementar de saúde caminhava lentamente, repetindo trajetos iniciais fracassados do sistema público de saúde, como a marginalização dessa área de atenção à saúde e a pouca ênfase dispensada no contexto dos instrumentos normativos do setor. Nessa perspectiva, verifica-se que o tratamento dispensado à saúde mental nas regulamentações da saúde suplementar vigentes não só foi influenciado pelas práticas assistenciais costumeiras da época, como também influenciou a assistência à saúde mental nos períodos que se seguiram a sua publicação.
Assim, se hoje a assistência à saúde mental no âmbito do sistema privado de saúde possui uma configuração desalinhada com as políticas ministeriais, tal constatação é um produto do desenvolvimento e evolução das políticas de saúde mental capitaneadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.

Dessa forma, analisa o modelo de regulação econômica e assistencial do setor suplementar, a forma de atuação da ANS como organismo regulador e o tratamento dispensado à assistência à saúde mental nos normativos emanados pela Agência. Concluiu-se que, apesar de avanços como a obrigatoriedade de cobertura para todas as doenças listadas na CID-10, a inclusão do tratamento das tentativas de suicídio e das lesões autoinfligidas, o atendimento por uma equipe multiprofissional, a ampliação do número de sessões com psicólogo, com terapeuta ocupacional e de psicoterapia, e a inclusão do hospital-dia na rede credenciada da operadora, a assistência à saúde mental ainda é pouco normatizada pelos regramentos vigentes no sistema de atenção à saúde suplementar, existindo muitas lacunas a serem preenchidas. A regulamentação dos mecanismos de coparticipação e franquia, a coparticipação crescente como limitador da internação psiquiátrica sem o repensar em uma rede substitutiva e a limitação do número de sessões de psicoterapia de crise são alguns dos desafios colocados para a ANS, no sentido de que esta cumpra realmente o seu papel institucional de promoção da defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O Que e Ética

Ética Alvaro L.M. Valls
O autor inicia o livro buscando entender quais os problemas do estudo da ética, a divisão didática deste estudo em dois campos: nos problemas gerais e nos problemas específicos, colocando que é uma divisão acadêmica já que na vida real não existe separação. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teologia, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. A ética em cima do capital, da moral religiosa, ou mesmo das relações interpessoais é variável de acordo com a sociedade e o tempo em que esta se desenvolve.
Para Aristóteles a questão não é tão teórica, mas um pouco mais pratica, sem deixar de utilizar a contemplação e a base da busca do bem ele demostra que o bem é especifico de acordo com o grau de complexidade do ser, neste sentido a ética de Aristóteles surge com um fim, então para o homem a busca do bem era algo que envolvia diversas esferas e diversas buscas. É importante lembrar que esta visão parte de uma sociedade escravocrata em que os escritos foram pensados para uma aristocracia que não trabalhava e tinha tempo de sobra para se dedicar as artes contemplativas.
O pensamento grego é representado por três importantes filósofos. O ideal de Sócrates já foi citado, para continuar seus estudos Platão os sistematizou e colocou sua visão de busca pelo bem e pela felicidade, felicidade entendida como prazer como sabedoria pratica e como verdade, não há idéia de felicidade contemporânea. Para isso o homem tinha de ser virtuoso sendo uma imitação ou uma assimilação de Deus e existiam as virtudes principais: Justiça, Prudência ou Sabedoria, Fortaleza ou Valor e Temperança. O autor relaciona conceitos éticos e morais com a expressão religiosa que parte desde o culto grego as forças da natureza e a criação dos deuses. As religiões ligadas ao judaísmo e ao cristianismo tem na vontade de Deus o seu encaminhamento.
O individuo é colocado em segundo plano, este tipo de relação dá a sociedade uma ênfase no processo moral, Deus é um espelho de perfeição a ser seguido. O problema com as questões sexuais também veio a tona principalmente através da doutrina católica. A busca por um ideal ético pode possuir diversas respostas para Platão, Aristóteles e Sócrates a busca da felicidade era o principal objetivo, no Cristianismo os ideais éticos se identificam com os religiosos. O renascimento e o iluminismo trouxeram acentuou o aspecto da liberdade individual. Já em Hegel o foco das idéias de ética recaem sobre a noção de estado. O pensamento social e dialético na vida social mais justa. E na reflexão do século XX a idéia é de que a sociedade não se comporta de forma imoral, mas sim amoral. A questão da liberdade é discutida partindo das idéias de determinismo e de liberdade, existindo diversas definições de determinismo de acordo com o momento vivido, mas ele é contrário a ética, da mesma forma o extremo oposto do determinismo também nega sua função ética, nesse meio o poder da vontade, o chamado idealismo também não pode ser considerado como um meio ético já que este é teórico de tal forma que não consegue se enquadrar no homem real. O autor fala que em Hegel a questão da liberdade é amplamente discutida, chegando a conclusão que ela se desenvolva na consciência e nas estruturas. A sociedade e o estado moderno neste contexto está intimamente ligado a questão da liberdade. Neste sentido para Marx existe uma luta constante com a natureza uma tentativa de dominação da mesmo, há um ideal em cima da técnica e não da ética o que esta sendo reestudado pelos pensadores contemporâneos Comportamento Moral – O bem e o Mal
Os dois extremos o bem e o mal são partes de um mesmo estudo a ética esta ligada a idéia de bom a tentativa de evitar o mal, neste meio tempo surgem novos estudos de moral, o surgimento da imprensa é o agente catalisador desta situação e resulta na preocupação com a autonomia moral do individuo.
Temos o direito natural em contraposição ao direito divino, Kant é o expoente desta dicotomia em que a busca de descobrir cada homem uma natureza igual, porém livre. Por mais que variem os enfoques filosóficos ou mesmo as condições históricas, algumas noções, ainda que bastante abstratas, permanecem firmes e consistentes na ética. A ética contemporânea aprendeu a preocupar-se com o julgamento do sistema econômico como um todo. O bem e o mal não existem apenas nas consciências individuais, mas também nas próprias estruturas institucionalizadas de um sistema. Antigos compêndios de moral, de inspiração católica, ainda afirmavam, há cinquenta anos, por exemplo, que o socialismo seria intrinsecamente mau, enquanto o capitalismo permitiria corrigir os seus erros eventuais. Hoje dificilmente um livro de ética teria a coragem de fazer uma afirmação deste tipo
Na ética hoje alguns aspectos são interessantes, a colocação da famíllia na idéia de ética, questões de fidelidade, de amor, relacionadas a sexualidade como nos casos do celibato, feminismo e da homossexualidade. Exigindo uma reformulação doutrinária dos estudos. Em relação ao Estado, a liberdade do individuo só se completa com a liberdade de um estado livre e de direito. O estado só é livre se todos os indivíduos que o fazem também sejam livres. Hoje a imprensa tem poder, a dominação econômica, as massas podem ser dominadas mentalmente através da disseminação de informações diretas que definem e direcionam a população para um determinado caminho.