No século XIX podemos identificar que as
famílias eram muito ligadas a princípios que eram passados de geração em
geração. Que cada um, como membro familiar deveria cumprir com regras, para
assim todos manter um modelo familiar que cumprisse regras ditadas geralmente
pelo “homem” da família.
Na
definição da família patriarcal, temos uma família numerosa, composta não só do
núcleo conjugal e de seus filhos, mas incluindo um grande número de criados,
parentes, aderentes, agregados e escravos, submetidos todos ao poder absoluto
do chefe de clã, que era, ao mesmo tempo, marido, pai, patriarca. O termo
patriarcalismo, designa a prática desse modelo como forma de vida própria ao
patriarca, seus familiares e seus agregados.
Atualmente,
muitas críticas e releituras desse modelo são realizadas pelos historiadores.
Alguns até buscam anular sua existência e viabilidade, afirmando que não seria
condizente com a realidade brasileira (principalmente a realidade do Sul e
Sudeste).
Segundo
o conceito de uma família considerada “exemplar” deste século. Quando não havia
escravos, o papel da mulher era de dona do lar, onde tinha que cuidar dos
filhos, que na maioria das vezes eram muitos, cuidar da limpeza da casa, além
de ajudar na lavoura, que nesse caso era para própria subsistência. Já olhando
para o lado das famílias patriarcais, consideradas ricas, onde o nome pairava
sobre os outros. O papel da mulher era cuidar de si mesma, de sua beleza, pois
havia escravas que eram responsáveis pelos afazeres do lar, bem como cuidar dos
filhos dos senhores, e desenvolver um papel educativo na vida dos novos
herdeiros da família.
O
papel masculino era de o “senhor”, considerado na maioria das vezes um “santo”,
ou ate mesmo homem de bom exemplo, tinha como papel, cuidar dos negócios da família,
finanças, e manter o controle de seus bens, para que seus futuros herdeiros
pudessem disfrutar de tudo que seus pais tinham deixado. Na maioria das vezes
as filhas não recebiam heranças, somente os filhos herdavam as fortunas de seus
pais, as filhas eram cuidadas, e não faziam nenhum trabalho, somente estudavam,
e esperavam o dia em que seus pais arranjassem um casamento. Onde na maioria
das vezes não eram de grado das filhas, e nem existia amor delas na pessoa com
quem seu pai arranjava.
Isso
tudo era para manter o modelo familiar, e para que os membros da família
pudessem sempre estar em uma família rica. Nessa época a mulher não tinha
direito nenhum de palavra sobre negócios da família, era considerada incapaz de
realizar tarefas masculinas, e sua obrigação era somente manter sua postura
como dama, ou prenda.
O
modelo de feminino imposto por uma ideologia dominante restringia as atividades
femininas ao âmbito privado. Todavia, nem todas as mulheres conseguiram cumprir
as “regras” estipuladas, pois seus modos de vivência, principalmente os
vinculados as formas de sustento, propiciavam a conexão com o mundo público. O
trabalho era uma realidade presente em suas vidas, para algumas desde o período
do cativeiro, e a forma necessária de sobrevivência e busca de autonomia.
Na sociedade do século XIX, a formação de
núcleo familiar era importante para as mulheres como forma de sustento e também
para garantir uma estrutura estável de sobrevivência. Para as mulheres brancas,
casadas, e com melhores condições financeiras, não se fazia necessário possuir um
ofício lucrativo, muito menos possuir alguma atividade que lhes desse contato
com ambiente público. Essas mulheres, geralmente, exerciam alguns trabalhos domésticos,
mas somente dentro das suas residências para não precisar sair à rua, pois as
atividades que necessitavam a saída do lar eram desempenhadas pelas domésticas.
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